quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Projeto No-Posts: 30 dias sem acompanhar/atualizar o facebook


Oi, blog, não foi tão difícil. Não, sério. Qualquer um conseguiria, após perceber tudo que tem a sua disposição. No mesmo dia em que eu decidi não mais olhar as News Feed eu percebi que tudo que eu via de bom ali existia em outros sites, e com filtros de conteúdo muito melhores



No começo você fica meio perdido nos tempos que você costuma separar pra não fazer nada no facebook. Por exemplo, uma palestra que não te interessa tanto, intervalo de aulas, aqueles minutos pré-sono. Você não sabe o que fazer pra preencher o tempo, mas não porque não há o que fazer. Há muito mais o que fazer além do facebook, você só não sabe por onde começar. Ler um livro, ver um seriado, acessar algum site interessante. Não sei. E aí começa a busca pela substituição.



Serviços interessantes são descoberto, ou redescobertos. Como alguns blogs que são muito melhor visualizados longe do facebook ou outros que merecem mais o seu tempo. Eu me interessei por um serviço em particular: Filmow.com. Bom, meus amigos no facebook devem ter percebido, até que eu desativasse o serviço de compartilhamento de atividades entre o Filmow e o facebook (my fault!). Eu redescobri minha paixão pelo cinema. Descobri que eu realmente me interesso por diretores, roteirista, Oscar MR, história do cinema e toda a magia da sétima arte. E talvez esta tenha sido a maior das recompensas da minha simples decisão: deixar o facebook de lado. Cinéfilo, alegre novo cinéfilo. Vou levar isso pro resto da minha vida.

Mas a experiência não se limitou a me conceder uma nova perspectiva sobre meus interesses. Posso dizer que eu mudei. Digo isso porque eu acredito que o que somos na internet não é somente uma projeção, mas uma extensão de nós mesmos, e meu comportamento na internet foi afetado por essa experiência. Muitos sabem que eu não me calo nas redes, eu dou minha opinião, doa a quem doer. Mas, quando eu não podia comentar, por essa auto-imposição de não me manifestar por um mês, eu percebi algo simples: não vale a pena. Eu assistia à discussão calado, me segurando, depois me dava conta: passou. E nada ficou. Nada mudou. Nada valeu a pena. O desgaste, a briga, a guerra de "likes", tudo um circo. A porcaria de um circo. E eu não quero mais ser um palhaço com malabares de fogo.

Algo engraçado é que eu tive minhas recaídas pelo habito. Me peguei uma ou duas vezes rolando a News Feed, provavelmente curti uma ou duas coisas sem nem me dar conta. Mas faz parte. Eu não estou aqui com um mártir pregando a abstenção e destruição do facebook no estilo "I have a dream!". Não. Eu usei muito o facebook, como eu disse que faria. Mas pras coisas certas. Mensagens, grupos que importam pra mim, posts direcionados. E vou continuar assim. Alguns poucos posts. Alguns poucos comentários. O resto eu guardo pra mim, pros meus amigos, pra conversas em roda, ou pra uma discussão séria, que realmente tenha um propósito. Chega de "likes" pra mim.

Bom, blog, eu poderia escrever muito mais, contar minúcias sobre o que eu vivi, detalhar cada detalhe. Mas eu não quero escrever textos longos pra você, sabe, eu te amo. Não mais que eu amo minha anjinha, mas eu te amo, e não quero te aborrecer. Fica apenas minha conclusão: "A renúncia é a libertação. Não querer é poder." Livro do Desassossego, Fernando Pessoa. Talvez eu leia esse livro um dia.


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