quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Amigos, amigos. Amigos à parte.


Oi? Negócios? Não, amigos mesmo. Amigos à parte. Você vai entender. Sabe, eu não sou exatamente um cara com idade o suficiente pra ficar de saudosismo e dizendo coisas do tipo: "no meu tempo...", mas tem uma coisa que eu notei que sumiu da minha vida pela idade.

Me lembro que, quando eu era criança e adolescente, tudo, absolutamente tudo girava ao redor das minhas amizades. Isso era o mais importante em todos os lugares, em tudo que eu fazia. No colégio, as notas eram só um detalhe, o importante era fazer e manter amigos, bons amigos. Na igreja, pastores que me perdoem, mas eu não gostava de estar se lá eu não tivesse amigos. Em minha casa eu adorava levar amigos pra passar o dia, dormir; amigos esses em cujas casas eu também era bem-vindo. E era isso. Brincar, jogar papo fora, jogar video-game, gargalhar, tudo entre amigos.

Mas o tempo passou, e passou como uma lebre, pois de repente os amigos não eram tão importantes assim. Nada proposital, apenas uma necessidade, uma necessidade de toda e qualquer pessoa que cresça (a propósito, não cresça, é uma armadilha!). Acontece que no colégio, de repente, você precisa passar no vestibular, e depois você vai pra faculdade. Aí as notas valem mais do que um sorriso dos pais, elas valem um futuro, e você e todos os seus amigos acham que não é mais uma boa ideia brincar na sala de aula. Na igreja você percebe os reais motivos de estar lá, paz espiritual, gratidão, entrega. Em casa, bom, minha casa é o meu refúgio. A ideia de ter amigos aqui todos os dias não me parece mais tão apetitosa.

A questão é que a vida exige outras prioridades. A diversão, os amigos, aquilo que um dia foi tudo, agora é um complemento. Um complemento necessário, que faz toda a diferença, como o sal na comida, mas um complemento. As coisas agora precisam ser levadas a sério. Infelizmente? Talvez não. Muito se mostra melhor na "vida adulta", que eu mal comecei, e estou adorando. Mas eu confesso: morro de saudades daquele saudável desleixo e daquelas prioridades bobas.

Talvez esse seja um "problema" sem solução, talvez esse texto seja só um saudosismo desses que terminam sem algo conclusivo. Mas é bom lembrar. E sabe o que é engraçado? Eu nem me dei conta do que perdi ou quando perdi, eu só consigo lembrar. E é bom lembrar. Amanhã volto à dura realidade das minhas boas e bem-vindas responsabilidades. Ah, espera! Amanhã é feriado! Quem sabe eu não só lembre os velhos tempos, mas viva um pouquinho de novo! Ou aproveite o tempo livre pra colocar a matéria em dia.

Um comentário:

  1. Creio ser um sentimento geral, daqueles que não adianta ficar apegado, tentando dar uma sobrevida. As vezes as coisas ficam mais bonitas quando viram lembranças.

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